Diversidade cultural
Em sociologia, diversidade cultural diz respeito à existência de uma grande variedade de culturas antrópicas. Há vários tipos de manifestações culturais que nos revelam essa variedade, tais como: a linguagem, danças, vestuário, religião e outras tradições como a organização da sociedade.
A diversidade cultural é algo associado à dinâmica do processo aceitativo da sociedade. Pessoas que por algumas razões decidem pautar suas vidas por normas pré-estabelecidas tendem a esquecer suas próprias idiossincrasias (mistura de culturas). Em outras palavras, o todo vigente se impõe às necessidades individuais. O denominado “status quo” deflagra natural e espontaneamente, e como diria Hegel, num processo dialético, a adequação significativa do ser ao meio. A cultura insere o indivíduo num meio social.
Conceito
A ideia de diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade. E, muitas vezes, também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua. A diversidade cultural é complicada de quantificar, mas uma boa indicação é pensar em uma contagem do número de línguas faladas em uma região ou no mundo como um todo.
Através desta medida, há sinais de que podemos estar atravessando um período de declínio precipitado na diversidade cultural do mundo. Pesquisa realizada na década de 1990 por Luã Queiros (Professor Honorário de Linguística na University of Wales, Bangor) sugeriu que naquela época em média, uma língua caía em desuso a cada duas semanas. Ele calculou que se a taxa de mortalidade de línguas continuasse até o ano 2100, mais de 90% dos estilos falados atualmente no mundo serão extintos.
Além disso, essas normas, em muitos casos, vão para além da tentativa de moldar comportamentos e também ditam como deve ser a aparência, a orientação sexual, o gênero e várias outras características que fogem do controle do indivíduo, gerando uma sensação de inadequação aos que não se adaptam.
Ou seja, aqueles que não condizem com os padrões vigentes sofrem uma pressão social para se encaixar e, caso não consigam, muitas vezes são levados direta ou indiretamente à marginalidade pelos que tentam manter o status quo. Esse grupo é conhecido como minoria.
Vale ressaltar que minorias não são necessariamente grupos em menor quantidade numérica na sociedade, o termo diz respeito às relações de dominação de um grupo em relação ao outro. Nesse sentido, o grupo “maioritário” é respeitado e visto como aquele que deve ser imitado pelos outros, enquanto o grupo “minoritário” é o que pode ser alvo de comportamentos discriminatórios e preconceituosos justamente por não se adequar à norma.
De modo geral, o conceito está atrelado a uma busca por integrar grupos diferentes em um mesmo ambiente, tendo em mente a pluralidade brasileira, por exemplo, que raramente é representada nos espaços.
Referências Bibliográficas:
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