Gestalt Terapia
A Gestalt-terapia é um modelo de tratamento humanístico e experimental que foi desenvolvido nos anos 1940 como uma forma alternativa de psicoterapia.
Este tipo de abordagem feita pelos psicólogos é centrado na ideia de que tudo que nos rodeia e faz parte do ambiente em que vivemos está ligado ao modo como enxergamos o mundo, como nos posicionamos frente aos desafios e como vemos a nós mesmos.
Quando o paciente está em buscando ajuda de um psicólogo, muitas vezes se depara com termos específicos da Psicologia, como é o caso das diversas correntes de estudo.
Hoje, vamos apresentar uma dessas correntes: a teoria de Gestalt, bastante recente do ponto de vista histórico. Ela estuda a percepção e sensação do movimento, os processos psicológicos envolvidos diante de um estímulo e como o sujeito reage ao ser estimulado.
O que é a Gestalt Terapia?
A terapia Gestalt parte do princípio de que o contexto afeta a experiência e, para entender como uma pessoa vive, se relaciona e encara a vida, é preciso compreender também o contexto em que está inserida.
Segundo a Gestalt, nenhuma pessoa pode ser puramente objetiva em suas falas e nas tentativas de demonstrar o que sente sem que o contexto seja ilustrado.
É por isso que se diz que a Gestalt-terapia se baseia em uma visão holística do indivíduo: tudo o que faz parte da sua vida é utilizado para compreendê-lo como um todo. Sem entender profundamente todas as partes que formam um indivíduo é impossível compreendê-lo em sua plenitude.
Como funciona a Gestalt Terapia?
Seu enfoque clínico está no conceito de aqui e agora, levando-se em consideração aquilo que é apresentado como fenômeno no momento atual — sem negar o histórico do paciente. Esse conceito ajuda o indivíduo a ficar mais consciente de suas reações e ao que está acontecendo naquele exato momento.
Ela também se baseia nos conceitos de atenção e aceitação da experiência. Ter atenção, para a terapia Gestalt, significa ter um olhar atento a si mesmo, percebendo como estão seus sentimentos, suas emoções e reações diante do momento atual, para que não haja escapatória daquilo que se experimenta.
Não importa qual seja o sentimento percebido — raiva, tristeza, alegria, orgulho –, o indivíduo deve ter atenção, percebê-lo, compreendê-lo e, finalmente, aceitá-lo.
Em vez de tentar reverter os sentimentos ruins e transformá-los em bons, a Gestalt auxilia os pacientes a aceitarem aquilo pelo que estão passando porque, quando não o fazem, eles acabam reprimindo esse sentimento. Essa repressão causa muito mal-estar, podendo se manifestar até mesmo de forma física.
Outro conceito importante para essa abordagem é a responsabilidade. O indivíduo deve se comprometer e se responsabilizar pelo que faz, pelo que sente e como reage às suas experiências.
Sem espaço para colocar a culpa em outras pessoas, ele passa a se ver como único ou principal responsável por sua vida, o que o estimula a tomar o controle sobre ela novamente.
A psicologia da Gestalt pode ajudá-lo a se tornar mais independente e consciente do seu lugar no mundo. Ela não é indicada para tipo único ou específico de problema, podendo ser bastante abrangente ao oferecer uma grande ajuda para os pacientes.
Gestalt: a “terapia do agora”
A terapia Gestalt tem como um dos objetivos desenvolver a consciência do presente e da realidade do momento — e por isso também é tida como a “terapia do agora”.
Por meio das sessões com um psicólogo, é possível aprender a reconhecer sentimentos que estão suprimidos e a confiar em suas emoções, fazendo com que as necessidades e os sentimentos adormecidos despertem e você, assim, aprenda a lidar com eles. Com isso, o paciente ganha um novo sentido de autoconsciência.
No entanto, o fato de que este tipo de terapia foca no agora não quer dizer que experiências passadas não são relevantes no momento de o psicólogo tentar compreender o indivíduo.
Afinal, considerando que a Gestalt considera o paciente como um todo, é natural que tudo o que passou na vida dele seja importante para identificar questões que estão presentes nos seus conflitos atuais.
As experiências do passado podem ser retomadas nas sessões de terapia, mas o objetivo central do terapeuta será explorar os fatores que fizeram com que uma memória em particular seja lembrada.
A partir disso, o enfoque é entender como essa memória é trabalhada no presente e compreender como o passado influenciou a personalidade do indivíduo hoje em dia.
O mesmo ocorre com a perspectiva de futuro do paciente: ainda que importante para formar sua personalidade, a Gestalt-terapia ajuda, de fato, a estimular a vivência do momento presente, sem esperar ansiosamente por momentos futuros.
Como funcionam as sessões de Gestalt
Nas sessões de terapia em que o profissional usa essa abordagem, o psicólogo é encorajado a usar métodos variados e sem regra padrão de aproximação.
O foco é na relação entre o paciente e o terapeuta, no presente momento, no que ele está sentindo no “aqui e agora” e como reage aos eventos recentes, tanto de forma psíquica quanto física — já que o corpo físico e o mental estão conectados e expressões do corpo funcionam como formas de interpretar o que se passa na cabeça.
A terapia Gestalt ajuda a dar os primeiros passos em direção à autoconsciência e a conhecer seu próprio comportamento diante de determinadas situações.
Qual é o objeto de estudo da Gestalt?
A Teoria da Gestalt estuda a percepção e a sensação do movimento, os processos psicológicos envolvidos diante de um estímulo e como este é percebido pelo sujeito
Para que serve a Gestalt-terapia?
A linha de trabalho da Gestalt-terapia enfatiza o autoconhecimento e o crescimento pessoal, focando no homem e em suas percepções do presente, como capacidade de se autogerir e regular.
Referências Bibliográficas:
BUBER, Martin. Eu e Tu. (tradução do alemão, introdução e notas por Newton Aquiles Von Zuben). São Paulo. Ed. Centauro, 2004.
CARDELLA, Beatriz Helena Paranhos. O Amor na Relação Terapêutica: uma visão Gestáltica. São Paulo. Ed. Summus, 1994.
D’ACRI, Gladys; LIMA, Patrícia; OGLER, Sheila. Dicionário de Gestalt-Terapia: “Gestaltês”. São Paulo. Ed. Summus, 2007.
DAMÁSIO, Antônio R. O erro de Descartes: Emoção, razão e o cérebro humano.(tradução de Dora Vicente e Giorgina Segurado). São Paulo. Ed. Summus, 1996.